O sol é uma estrela. Em torno dele orbitam diversos planetas, entre eles a Terra. O sol é uma massa de gás incandescente. A energia acumulada na superfície pode resultar em violentas erupções. Estes "jatos de radiação", ao atingirem a atmosfera superior da Terra, podem perturbar o funcionamento dos satélites de comunicação e dos GPS, assim como as redes de distribuição elétrica. Por outro lado, a energia do sol é essencial para a vida na Terra. A vida para as espécies existentes se tornaria inviável, sem sol. A temperatura seria gelada e a escuridão tomaria conta. Sob a ação da energia solar, os vegetais clorofilados realizam a fotossíntese. Neste processo retiram o gás carbônico devolvendo o oxigênio ao ar, sem o qual morreríamos asfixiados. A fotossíntese é um mecanismo de desenvenamento do ar, além de ser determinante para o crescimento e desenvolvimento dos vegetais, pois muitos servem de alimento para outras espécies.
Em tempos de aquecimento global, preservar as florestas e os mares é vital para o planeta. O sol influencia o ciclo da água, sem a qual não vivemos. O aproveitamento da energia solar tem se tornado uma alternativa limpa para substituir os combustíveis não renováveis e poluentes, como os derivados do petróleo. Como tudo nesta vida, sol em demasia é prejudicial e pode provocar danos irreversíveis, como o câncer de pele. Esta introdução sobre a importância do sol para o equilíbrio do planeta justifica um aspecto que, para mim, é essencial - o sol interfere na minha alma! O sol aquece os meus sonhos. Dias sombrios são especialmente melancólicos. Dias sombrios me roubam o sorriso e a luz do olhar. Sol é luz. Sol é cor. Sol é humor. Eu adoro calor, dias de verão - temperaturas altas e luz intensa. A sensação é de vida. Vida que pulsa com ânsia de viver.
Há alguns dias, estou em Maceió para participar da 70ª Reunião Anual da SBPC. É impossível não se encantar e não se inspirar na "Cidade das Águas". A intensidade do sol intensifica o verde do mar com ondas suaves, águas límpidas e mornas. O sorriso nas fotos fica iluminado. A alegria resplandece. O frio escancara as diferenças sociais, o sofrimento dos desabrigados e torna obrigatória a solidariedade. Na solenidade de abertura do evento, ouvi um poema de Manoel de Barros, do qual reproduzo alguns trechos:
"Tenho um livro sobre águas e meninos.
Gostei mais de um menino que carregava água na peneira.
}A mãe disse que carregar água na peneira era o mesmo que roubar um vento e sair correndo.
A mãe disse que era o mesmo que catar espinhos na água.
O mesmo que criar peixes no bolso.
O menino era ligado em despropósitos.
Quis montar alicerces de uma casa sobre orvalhos."
Desde o dia que ouvi, estas palavras reverberam na minha cabeça e emocionam minha alma. Significam o quanto é essencial sonhar, viver o sonho do jeito que se quer sonhar, mesmo que aos olhos dos outros pareça carregar água na peneira.